segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Expo Fernando Pessoa no Museu da Língua Portuguesa

    Hoje madruguei para encontrar as letristas malucas e conferir a exposição dedicada a um dos maiores escritores de língua portuguesa, Fernando Pessoa possuia uma habilidade incrível, escrevia tão bem que conseguia criar heterônimos  para suas obras, uma loucura total!
    Os heterônimos, os vários autores que "habitavam" o poeta, possuem biografia, e não me espanto nada se possuirem até mapa astral! (lógico que fiquei analisando o signo com a forma de escrever!)
    Separei os poemas que mais gosto!



     Fernando Pessoa
     Autopsicografia
                                          O poeta é um fingidor.
                                        Finge tão completamente
                                        Que chega a fingir que é dor
                                        A dor que deveras sente.
                                        E os que lêem o que escreve,
                                        Na dor lida sentem bem,
                                        Não as duas que ele teve,
                                        Mas só a que eles não têm.
                                        E assim nas calhas de roda
                                        Gira, a entreter a razão,
                                        Esse comboio de corda
                                        Que se chama coração.

     De seu heterônimo mais atribulado, Álvaro de Campos:
    Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas,
    Quanto mais personalidades eu tiver,
    Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
    Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
    Quanto mais unificadamente diverso, dispersadamente atento,
    Estiver, sentir, viver, for,
    Mais possuirei a existência total do universo,
    Mais completo serei pelo espaço inteiro fora.
      

    Ricardo Reis era um erudito que insistia na defesa dos valores tradicionais:
    Para ser grande, sê inteiro: nada
    Teu exagera ou exclui.
    Sê todo em cada coisa. Põe quanto és

    No mínimo que fazes.

    Assim como em cada lago a lua toda

    Brilha, porque alta vive.

    Alberto Caeiro, o espontâneo:

    Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
       Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é.
       Mas porque a amo, e amo-a por isso,
       Porque quem ama nunca sabe o que ama
       Nem por que ama, nem o que é amar..


    Bernardo Soares, que como o poeta disse:

    “O meu semi-heterónimo Bernardo Soares, que aliás em muitas cousas se parece com Álvaro de Campos, aparece sempre que estou cansado ou sonolento, de sorte que tenha um pouco suspensas as qualidades de raciocínio e de inibição; aquela prosa é um constante devaneio. É um semi-heterónimo porque, não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e a afectividade. A prosa, salvo o que o raciocínio dá de ténue à minha, é igual a esta, e o português perfeitamente igual […]”
        
    Fernando Pessoa, Carta a Adolfo Casais Monteiro
    Lisboa, 13 de Janeiro de 1935

     Eu e Cris

    O Museu é uma coisa linda!Super moderno, chique, um lugar para levar aquele seu amigo turista e para ter orgulho de ser paulistano e possuir algo tão incrível!
    Quem não foi ainda, toma vergonha na cara! De sábado a entrada é gratuita!

    Museu da Língua Portuguesa Praça da Luz, s/n - Centro (Estação Luz do Metrô e da CPTM) Tel.: (11) 3326-0775
       
       

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