sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Todo dia é dia de se amar!!!!

Matéria encontrada no Personare:


(Ser feliz, se amar pelo que é!)

Alguma vez você já deixou de fazer alguma coisa que gostaria por não estar se sentindo bem com sua aparência? Recusou um convite para sair porque naquele dia nenhuma roupa parecia cair bem? Deixou de entrar na piscina ou ir para a praia em um dia de sol por medo de mostrar o corpo? Preferiu não aparecer no registro daquele momento de alegria por medo de como pareceria na foto?
Agora tente se lembrar de quando você era criança. Se não conseguir, vá para um parque em um fim de semana e observe crianças de uns cinco ou seis anos brincando. A brincadeira vale mais do que a sujeira na roupa, do que o cabelo colado no suor da testa, do que os pés descalços encardidos e até do que o joelho esfolado. Quando foi que você desaprendeu a brincar e começou a pensar que o que os outros poderiam pensar sobre você poderia ser mais importante do que a brincadeira em si?

Marketing da aparência

Vivemos em uma época em que a aparência pessoal é mais do que uma questão de estética ou vaidade: é marketing. Manter uma boa aparência e investir nela é um imperativo do mercado profissional e das relações pessoais, e também uma declaração sobre a própria identidade. Todas essas coisas podem ser agradáveis e mesmo divertidas, mas também podem silenciosamente se converter em uma armadilha. Quando nos damos conta, uma tabela de calorias, nutrientes e funcionalidades acaba ocupando o espaço do gosto do tempero na boca, do prazer do vento no rosto quando a gente corre, da delícia do movimento do corpo ao som da música. E tudo isso em nome de metas que traçamos para o futuro, que uma vez alcançadas são substituídas por novas metas enquanto cada minuto do dia de hoje passa despercebido.
O corpo passa a ser uma máquina, a ser aprimorada, controlada, mantida para garantir sua meia vida e produtividade. Torna-se um veículo de transporte da alma, em lugar daquela preciosa parte de nós mesmos que nos torna vivos e sensíveis, abertos para a beleza do mundo por meio dos sentidos. Às vezes, torna-se uma prisão, o bode expiatório de nossas insatisfações, o culpado por nossos limites, depositário de nossas inseguranças. E isso porque nos esquecemos que quem fez tudo isso do corpo fomos nós mesmos.
Permita-se fazer o convite de viver o corpo todos os dias como aquela criança que você foi um dia, capaz de se maravilhar com coisas simples como ser capaz de atirar uma bola, pisar descalça na grama e se deliciar com a água na boca sedenta depois de uma longa brincadeira.

Daniela Araújo
Antropóloga, terapeuta familiar e membro da RISSCA - Rede de Incentivo à Saúde e Segurança Alimentar e Corporal.

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