segunda-feira, 5 de julho de 2010

"esta casa é pequena demais para nós todos"


Entramos num pequeno conflito em casa. Três gerações de mulheres sob o mesmo teto.
Avó, 75 anos, mãe, 50 anos e filha, 25, dividindo o mesmo fogão, e só poderia dar confusão.
Essa é a tendência, pelo menos no Brasil, casamos cada vez mais tarde e ficamos um tempinho a mais na casa da mamãe. Como estou mais focada nos estudos e na construção de uma carreira, acabei não dando tanta importância a sair de casa, é muito caro morar fora, mesmo dividindo com amigos/namorado.

E é até tranquilo e confortável morar com os pais, até que o inevitável acontece, você cresce. Quer experimentar receitas no fogão, mesmo que seja prepara o SEU arroz, quer arrumar a sala do seu jeito, acender o incenso, que incomoda a sua vó e ter seu espaço- quarto- respeitado. Só que a sua mãe não entende isso, sabe porquê? Te enxerga como a filhinha da mamãe, menina ainda, não vê a delimitação entre o que é dela e o que é seu e é ai que os desentedimentos começam.

Se é difícil para a gente crescer, mais difícil ainda é para nossos pais aceitarem isso, estão ficando mais velhos e as relações estão mudando, e mudar é bem complicado!
Acrescente tudo isso a uma avó que trabalhou a vida inteira e agora aposentada se sente uma inútil, por isso assumiu as tarefas de casa e nem pensar em te deixar usar os equipamentos, fogão, liquidificardor, etc.

Depois de muitas brigas, choros e cara feia, abdiquei das vontades de dona-de-casa, não mexo na cozinha, só quando elas viajam, acendo incenso com a porta do quarto fechada, restrinjo meus pertences ao quarto e tento discutir o menos possível. Viver em família é engolir muito sapo!
Complicado é saber que em breve terei a minha, e minha filha reclamará pelo notebook super moderno dela, sobre a mãe que não reconhece que ela cresceu!

Um comentário:

Viwianny disse...

Sabe?!
Saí de casa com 29 anos e isso só me foi possível porque fui sorteada para morar em um condominio popular financiado pela Caixa Econômica, e 29 anos era o máximo que eu poderia suportar, eramos 05 pessoas adultas em casa, cada uma com uma personalidade muito diferente da outra.

Eu já havia testemunhado brigas titãnicas entre meu pai e meus irmãos, a casa já era muita pequena e eu me confinava no meu quarto que eu dividia com meu irmão 04 anos mais novo, a privacidade era zero, mas como meus irmãos mal ficavam em casa e meu pai, viajava muito por ser motorista de ônibus, a vida em família ainda era suportável, mas quando eu chegava do meu serviço eu logo ia pro quarto, acabava jantando sentada na cama, assistia TV e tratava de dormir cedo.
A minha saída de casa foi muito bem planejada, eu já estava guardando dinheiro para isso, mas eu dizia para minha mãe que aquele dinheiro era para comprar um carro.
Quando eu recebi o apartamento, fui fazendo minha mudança aos poucos, gastei 6.000 Reais para equipa-lo e um dia no final de semana eu disse para minha mãe que ia limpar o apartamento e depois desse dia não retornei mais para a casa de meus pais para morar com minha família, finalmente eu tinha o meu ninho, a minha saída de casa foi traumática para minha mãe, mas foi a melhor forma que eu encontrei para não dizer adeus, parece demasiadamente dramático, mas minha mãe queria que eu saise de casa aos poucos, tipo ficasse dois dias no meu apartamento e o resto da semana na casa dos meus pais, eu achava essa ideia ridicula; se tenho que sair, que saia de uma vez e foi assim que aconteceu e hoje fazem quase 04 anos que saí de casa e sou feliz vivendo só, sozinha mas no meu ninho, livre para bater minhas assas.

BeiJu grande,
Vivi.